WhatsApp Image 2020-11-05 at 19.26.24.jpeg

Sobre o Pirarucu

  • Pertence à família Arapaimidae e é frequentemente denominado como Arapaima gigas. Entretanto, estudos recentes mostram evidências da validade de mais 4 espécies (A. agassizii, A. mapae, A. arapaima e A. leptosoma).

  • É o maior peixe de escama de água doce do mundo, podendo chegar até 3 metros de comprimento e pesar 250 kg.

  • Alcança a maturidade sexual por volta dos três anos de idade, quando atinge aproximadamente 150 cm e 40 kg. Seu comportamento reprodutivo é bastante complexo, com formação de casal, construção de ninho e cuidado parental com a prole.

  • Realiza migrações laterais ao longo do ano seguindo o pulso de inundação. Mas não desenvolve com frequência longos movimentos migratórios.

  • Possui respiração aérea obrigatória e necessita vir até a superfície d’água em intervalos de aproximadamente 20 minutos para captar o ar atmosférico.

Pesca do Pirarucu

Os estoques do pirarucu foram reduzidos drasticamente na maior parte da Amazônia no início da década de 1970 pela pesca comercial descontrolada. No Pará, o pirarucu encontra-se extinto ou superexplorado em muitas localidades. O estudo de Castello et al. (2014) desenvolvido em 81 comunidades do Baixo Amazonas Paraense, mostrou que o pirarucu está extinto em 19% das comunidades, ameaçado de extinção em 57% delas e superexplorado em 17%.

Por que Manejar o Pirarucu?

Através do manejo, os estoques de pirarucu vêm sendo recuperados. O manejo participativo e sustentável do pirarucu foi desenvolvido na década de 1990, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – RDS.  Os princípios do sistema de manejo do pirarucu envolvem a realização de uma série de procedimentos relacionados à organização comunitária, vigilância dos ambientes aquáticos, estabelecimento de regras de uso dos recursos, realização de levantamento dos estoques, pesca sustentável e comercialização. A pesca manejada do pirarucu é estabelecida por meio de uma cota de captura de 30% a partir do resultado das contagens de pirarucus adultos, preservando os 70% restantes, como forma de assegurar a reprodução para fins de manutenção do seu estoque de forma sustentável.

Benefícios do manejo

Ecológicos: é uma ferramenta de conservação do pirarucu no ecossistema de várzea. Além disso, contribui para a proteção de outras espécies, como é o caso dos quelônios e diversos peixes.

Econômicos: é uma prática de uso sustentável que traz bons resultados para as populações que têm o pescado como principal fonte sobrevivência. Pois o manejo gera maior produtividade pesqueira nos ambientes aquáticos e renda aos pescadores.

Sociais: estimula a organização social, promove capacitações aos pescadores e possibilita o investimento em locais de uso coletivo, o que agrega maior capital social às comunidades.

Manejo no Baixo Amazonas

IMG_0095.jpg

Na região do Baixo Amazonas práticas de manejo do pirarucu vem sendo realizadas pelas comunidades de Pixuna, Santa Maria, Tapará Miri, Costa do Tapará, Tapará Grande e Ilha de São Miguel, no município de Santarém, e Ilha do Carmo e Urucurituba, no município de Alenquer. Este trabalho é acompanhado e apoiado por diversas instituições públicas e entidades da sociedade civil organizada, tais como a SAPOPEMA, Colônias de Pescadores Z-20, de Santarém, e Z-28, de Alenquer, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, Secretaria Estadual de Desenvolvimento da Agricultura e Pesca do Pará - SEDAP e Secretarias Municipais de Agricultura e Pesca de Santarém e de Alenquer.

Dificuldades:

No estado do Pará os principais entraves que precisam ser superados são:

1)      A inexistência de regulamentação da lei estadual, que permitiria somente a pesca do pirarucu via manejo;

2)      A ausência de mecanismos que garantam a sustentabilidade da assistência técnica para o manejo da pesca e;

3)      O fato de poucas comunidades e pescadores estarem inseridas nos processos de manejo sustentável.