Primeira reunião do Projeto Indica Tapajós reúne organizações selecionadas
/Foi realizada no dia 28 de maio, de forma online, a Primeira Reunião do Projeto Indica Tapajós, iniciativa desenvolvida pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces) em parceria com a Sociedade para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema). O encontro reuniu representantes das organizações selecionadas e marcou o início de uma jornada coletiva voltada à inclusão digital e ao fortalecimento das ações de proteção territorial na bacia do Tapajós.
Durante a atividade, a equipe técnica apresentou os objetivos e as etapas previstas no Projeto Indica Tapajós, ouviu as expectativas das organizações, esclareceu dúvidas, compartilhou atualizações sobre o andamento das ações e alinhou os próximos passos.
O Projeto Indica Tapajós é fruto de uma parceria entre a Sapopema e o FGVces, com financiamento da União Europeia, e tem como objetivo fortalecer atividades de monitoramento territorial por povos e comunidades tradicionais na Amazônia por meio do acesso à conectividade e a ferramentas digitais.
As organizações selecionadas receberão kits contendo equipamentos digitais e antenas de Internet, com o custo do serviço de Internet garantido pelo projeto por um período de 18 meses. Após esse prazo, a manutenção e os custos passam a ser responsabilidade das organizações e/ou comunidades.
Além do acesso à conectividade, o projeto prevê capacitações e assessoria técnica sobre temas fundamentais, como monitoramento territorial independente (MTI), uso de equipamentos e aplicativos, introdução à Internet e segurança digital, formulação de denúncias e gestão comunitária da Internet e dos equipamentos. As organizações participantes também integrarão a Rede de Monitoramento Territorial Independente (Rede MTI).
Durante a reunião, foram reforçados os princípios do monitoramento territorial independente, entendido como um conjunto de práticas de cuidado, proteção e manutenção dos territórios e modos de vida, realizadas a partir da observação e registro de informações sobre o ambiente, a produção local, as mudanças no clima, além de ameaças externas como invasões ou impactos de empreendimentos.
Participaram da reunião representantes de 20 organizações locais da bacia do Tapajós e baixo Amazonas: Aldeia Portelinha do Maró; Associação Comunitária de Moradores e Produtores Agroextrativistas de Pedreira (ASMOP); Associação Comunitária de Santa Maria do Tapará (ASCOSANTA); Associação Comunitário dos Trabalhadores Rurais Extrativistas Agricultores e Pescadores do Chibé (ASTRE); Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun; Associação de Moradores da Comunidade Costa do Tapará (AMCCT); Associação de Mulheres do Povo Arapiun; Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém (AMTR-STM); Associação de Produtores Rurais da Aldeia Munduruku de Tajuara (ASPRAMUT); Associação dos Moradores de Tapará-Miri (AMOTAM); Associação dos Remanescentes de Quilombos de Tiningu (ARQTININGU); Associação Indígena Pariri; Conselho Indígena da Terra Cobra Grande (COINTECOG); Conselho Indígena do Planalto; Conselho Indígena do Território Kumaruara; Conselho Indígena Tupinambá do Baixo Tapajós; Conselho Regional de Desenvolvimento Sustentável da Região de Arapixuna; Conselho Regional de Pesca do Tapará (CRPT); Conselho Regional de Pesca do Ituqui (CRPI); e Federação das Associações de Moradores e Comunidades Agroextrativistas da Gleba Lago Grande.
“Fico feliz de participar dessa reunião, nosso primeiro contato. Esse projeto vai trazer muitas melhorias para as comunidades. A gente precisava desses equipamentos, principalmente na época do versão. Não é fácil na Flona a questão de incêndios. Esses equipamentos chegaram pra ajudar a gente” - Jonas Lopes da Cruz, Federação da Flona.
“Quero agradecer a reunião. Estou aqui no territ´rio e a gente não tem cobertura de internet nenhuma. Esses equipamentos serão de grande valia para o território para combater a entrada de geleira, madeireira, mineradora, dragagem dos rios, conflito de pesca. Tudo isso vai ser muito importante pra nós" – Cristina Santos, Conselho Regional de Desenvolvimento Sustentável da Região de Arapixuna.
"Isso vai dar visibilidade pro nosso trabalho. Nós trabalhamos muito de forma voluntária. A partir da formação do projeto a gente já vai mostrar quanto a gente trabalha, quantos conflitos tem. E como é possível mudar a realidade do território a partir do uso da tecnologia. Vamos sair desse isolamento” – Zenilda Bentes, Conselho Indígena do Território Kumaruara.
As próximas etapas do projeto envolvem a formalização da participação das organizações, definição das comunidades onde serão instaladas as antenas, entrega e ativação dos kits de Internet e o início das capacitações.