Feira do Pescado Sustentável de Juruti comercializou mais de 800 kg de peixe e fortaleceu pescadores e agricultores locais
/A terceira edição da Feira do Pescado Sustentável de Juruti, realizada nos dias 23 e 24 de outubro, movimentou o município, unindo pescadores, agricultoras e consumidores em torno de um mesmo objetivo: fortalecer a economia local e valorizar o pescado manejado de forma sustentável.
O evento foi promovido pela Colônia de Pescadores Z-42 de Juruti em parceria com a Sapopema, da Prefeitura Municipal de Juruti, por meio da Secretaria de Produção (Sempro), e do Instituto Alcoa. A feira integrou o conjunto de ações desenvolvidas pela Sapopema para o fortalecimento da pesca artesanal e a organização comunitária, com foco na geração de renda, no manejo responsável dos recursos naturais e no consumo consciente.
Durante os dois dias de realização, pescadores e pescadoras comercializaram diferentes espécies de peixes regionais — como Pirarucu, Aruanã, Acari/Bodó, Jaraqui, Pirapitinga/Pacaré, Curimatá, Surubim, Pescada, Tamoatá, Piranha, Tucunaré e Acará açu — com preços acessíveis. O público pôde comprar pescado fresco e conhecer de perto o trabalho realizado pelas comunidades ribeirinhas, que manejam os recursos de forma responsável, respeitando o período do defeso e os acordos de pesca.
Da comunidade Santa Cruz do Paraná Rosa, a pescadora Mônica Rodrigues da Silva comemorou a possibilidade de vender diretamente ao público:
“É muito importante, porque em vez de vender para o atravessador, a gente vende direto para o consumidor. A gente ganha mais e o peixe chega fresquinho para quem compra”.
Valdeline Barbosa Canto, do Igarapé do Celé, ressaltou o esforço das famílias que vivem da pesca:
“Não é fácil, mas é do peixe que a gente sobrevive. Saímos de madrugada para pescar e trazer nosso sustento. A feira é um momento de alegria e reconhecimento”.
Antônio José, coordenador da Sapopema, destacou que a feira representa o resultado visível de um trabalho de três anos junto à Colônia e às comunidades pesqueiras de Juruti:
“A feira simboliza o esforço coletivo pelo ordenamento da pesca e pela geração de renda. É o momento em que o resultado do manejo se materializa — o pescado manejado chega ao consumidor de forma justa e consciente”.
O presidente da Colônia de Pescadores, Renato de Melo, avaliou que a feira foi um sucesso e reforçou o desejo de ampliar as edições:
“A gente mostrou que tem condições de vender um peixe de qualidade e preço justo, direto da fonte. O pescador e o consumidor saem ganhando. Agora queremos conquistar um espaço fixo para realizar feiras com mais frequência”.
Ao fazer um balanço das três edições, Renato considerou que a iniciativa se consolidou como positiva e necessária:
“As três feiras foram muito boas para os pescadores. O que falta é mais apoio para que a gente possa ter um espaço permanente e continuar fazendo isso o ano inteiro”.
A coordenadora da Feira da Agricultura Familiar, Glenda Sabrina, também destacou o fortalecimento das parcerias locais:
“A realização conjunta das feiras valorizou tanto os pescadores quanto os agricultores. São parcerias que agregam renda e fortalecem a produção local. O pescado de qualidade chegou diretamente ao consumidor, e isso faz diferença para Juruti”.
Para a agricultora Ilda Andrade de Farias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juruti, a parceria entre agricultores e pescadores foi um dos pontos altos da feira:
“É uma integração muito boa, porque o agricultor vende sua produção e compra o pescado sem sair da feira. A gente quer que eles venham sempre, não só uma vez por ano, porque isso fortalece todos nós”, destacou.
Fotos: Luan Campos/Sapopema.
