VI Feira do Pirarucu de Manejo do Pará será realizada em 29 de novembro em Santarém

Manejadores de Tapará Grande, Costa do Tapará, Santa Maria, Pixuna, Tapará Miri e Igarapé da Praia promovem a sexta edição da Feira do Pirarucu de manejo do Pará. Evento possui título de patrimônio histórico, cultural e imaterial de Santarém

As comunidades manejadoras de pirarucu da região do Tapará — Tapará Grande, Costa do Tapará, Santa Maria, Pixuna, Tapará Miri e Igarapé da Praia — se reúnem em Santarém para a realização da VI Feira do Pirarucu de Manejo do Pará, marcada para o dia 29 de novembro, a partir das 7h, na Praça São Sebastião.

O evento consolida o esforço coletivo das comunidades que atuam há mais de vinte anos na conservação e manejo sustentável do pirarucu, fortalecendo a geração de renda e a valorização do trabalho dos pescadores familiares. Nesta edição, todas as comunidades envolvidas no acordo de pesca participam diretamente da comercialização, reforçando o modelo de gestão participativa que tem garantido a recuperação dos estoques e a permanência da atividade como base econômica e cultural local.

A feira é também um espaço de diálogo entre pescadores, consumidores e instituições parceiras, aproximando o público urbano das práticas de manejo comunitário realizadas nos lagos da região. Além da venda de pirarucu manejado, o público poderá conhecer os produtos derivados, as histórias das comunidades e os resultados do trabalho coletivo desenvolvido ao longo do ano.

A iniciativa é fruto da cooperação entre o Conselho Regional Tapará, Sapopema, Colônia de Pescadores Z20, Mopebam, Prefeitura de Santarém/Semap, Semas, Sedap, Ufopa e Sebrae  com apoio da Fundação Moore, The Nature Conservancy (TNC), Projeto Enlaces e emenda parlamentar da deputada estadual Maria do Carmo.

Manejo Comunitário

O manejo comunitário do pirarucu é uma prática sustentável que envolve a comunidade na conservação e gestão dos recursos pesqueiros. Utilizando o método de Castello (2004), os pescadores demonstram sua habilidade ao contar os pirarucus durante sua respiração aérea, quando os peixes vêm à superfície da água. 

Além de seguir as regras de tamanho mínimo de captura (1,5 m) e período de defeso (IN 34/2004) estabelecidas pelo IBAMA, as comunidades que desenvolvem o manejo criam seus próprios acordos de pesca. Esses acordos estabelecem normas que restringem ainda mais o uso dos recursos pesqueiros e incluem a vigilância constante dos ambientes aquáticos para proteger contra a ação de invasores.

O manejo sustentável nas comunidades envolve várias etapas: organização comunitária, respeito à legislação, estabelecimento de acordos de pesca, vigilância dos lagos, contagem dos pirarucus, pesca sustentável e comercialização da produção. Esse esforço contínuo exige uma dedicação enorme dos pescadores, que muitas vezes não recebem o reconhecimento devido pelo seu trabalho essencial na preservação dos recursos naturais.

Serviço
O quê: VI Feira do Pirarucu de Manejo do Pará

Quando: 29 de novembro, a partir das 7h
Onde: Praça São Sebastião, Santarém (PA)