Uso do aplicativo para monitoramento da pesca na Bacia do Rio Madeira

Desenvolvido pelo Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia/WCS, o aplicativo Ictio ganhou destaque no XXIII Encontro Brasileiro de Ictiologia realizado entre os dias 27 a 31 de janeiro, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, Belém através de um estudo apresentado

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A pesquisa desenvolvida pelas pesquisadoras Tiffany Vilca Wanderley, Danielle Mendonça Pinto, Ms. Suelen Taciane Brasil de Souza e Dra. Carolina Rodrigues da Costa Doria exibiu a percepção dos atores sobre o uso do aplicativo de celular para o monitoramento da pesca na bacia do rio madeira que possui pesca artesanal de pequena escala, e conta com 1.500 pescadores comerciais para uma produção pesqueira do Mercado de Porto Velho de 755 ± 1.000 tn/ano.

Um dos grandes desafios contou Wanderley é o monitoramento da pesca e dos estoques pesqueiros em uma área tão extensa e construir o conhecimento sobre a Amazônia a partir da experiência local.

Para sanar essas deficiências ou minimizá-las, o aplicativo apresenta a proposta de entender onde e quando os peixes migram na bacia amazônica e quais fatores ambientais influenciam essas migrações.

De julho a dezembro de 2018 o app tem sido testado nessa região, com ênfase no monitoramento pesqueiro na bacia do rio Madeira, reuniões e compartilhamentos de informações sobre os peixes e a pesca, objetivando a melhoria da compreensão da biologia pesqueira.

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A estratégia de investigação da ECOPORÉ /LIP-UNIR e WCS buscou entender o que os pescadores queriam saber, e chegou-se a conclusão dos seguintes questionamentos dos moradores da Vila Nova Teotônio, Novo Engenho Velho e São Sebastião: Qual a relação da variação da temperatura (da água) com a produção pesqueira?, Qual a produção real do Pirarucu na comunidade?, Por que os peixes estão tão magros e com piolhos/carrapatos no reservatório?, Qual a diferença da qualidade do peixe de rio e de lago? A qualidade da água tá influenciando no desenvolvimento?, Os peixes estão conseguindo se deslocar?, Por que tem época do ano que dá muito peixe e tem ano que não dá?, Qual é a época de reprodução da Dourada?, Como fica a situação do peixe ovado no pé da barragem? E Como a usina prova que o peixe consegue subir?

Durante os encontros, os nativos tiveram contato com o aplicativo e descreveram a percepção sobre a tecnologia de monitoramento. 97% acharam importante para comprovar a profissão, ter o balanço das pescarias e promover o monitoramento da ictiofauna.

Foto arquivo: ECOPORÉ /LIP-UNIR

Foto arquivo: ECOPORÉ /LIP-UNIR

Quanto ao Interesse em usar o app, 80% afirmaram que usariam a ferramenta e 20 não. A pesquisadora esclareceu ainda que nesta comunidade há poucos usuários ativos; dificuldade para baixar o aplicativo; Dificuldade de uso; medo de serem delatados devido ao período do defeso.

O XXIII Encontro Brasileiro de Ictiologia

O evento foi realizado no período de 27 a 31 de janeiro em Belém que sediou importantes discussões sobre estudos de peixes. O evento que reúne principais pesquisadores do tema é uma idealização da Sociedade Brasileira de Ictiologia.

Foram realizadas centenas de apresentações, debates e comunicações científicas sobre peixes em geral. Assuntos fundamentais para entender os diagnósticos da pesca em todo o país, anatomia dos peixes e as politicas que permeiam o tema em todo o território nacional.

Pela primeira vez um EBI teve 1.300 convidados, contou com palestrantes ícones em suas respectivas áreas com papers publicados em revistas como as renomadas Nature e a Science, além da participação de professores das escolas da rede pública do estado.