Projeto Quelônio nas Águas promove soltura de mil tracajás em Correio do Tapará, várzea de Santarém

Animais foram soltos no Lago Curiquara em uma cerimônia que marca a iniciativa de conservação da espécie. Após um longo ciclo de cuidados, os coletores de quelônios se preparam para uma nova jornada;

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O mês de maio, representa um marco na vida dos moradores de Correio do Tapará, Baixo Amazonas. A comunidade ribeirinha que sobrevive da pesca concentra a expectativa neste mês porque anualmente realiza a soltura dos quelônios que são cuidados antes mesmo de nascer.

A partir do mês de setembro, quando os ovos são depositados pelos tracajás em uma praia natural, os monitores (coletores) fazem a retirada dos ninhos com procedimento especifico de retirada da areia e conduzem para uma praia artificial, onde são vigiados dos predadores humanos e naturais. “Eles tem o trabalho de ir a praia todas as noites, coletar os ninhos no mês de setembro a dez de outubro que é o período da desova. Com todo cuidado eles trazem os ovos para a praia onde se reproduzem. Após 45 dias começa o nascimento de primeiro de novembro até o final. Dai é o processo de colocar no berçário, alimentação, troca de água de três em três dias e cuidar porque eles brigam no próprio berçário” – explicou o presidente da comunidade João Mário.

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Para realizar o trabalho de conservação ambiental, os moradores contam com o apoio de entidades parceiras como a Sapopema: “aqui especificamente em Correio do Tapará nos últimos três anos nós temos apoiado essa iniciativa de conservação dos quelônios que é uma importante iniciativa que serve de modelo para que outras comunidades da região possam seguir o mesmo exemplo de conservação” – explicou o coordenador da entidade, Antônio José Bentes.

Não fosse o trabalho dos vigilantes locais, esses tracajás estariam em perigo de extinção, contou a bióloga e professora da Ufopa Priscila Miorando: “é uma iniciativa tomada pelos próprios comunitários que perceberam que os animais estavam desparecendo no seu território que antes eram visto em abundancia no seu território. Isso mostra que se tem conscientização porque tem o envolvimento da comunidade”.

A cerimonia de soltura promovida neste sábado (11), reuniu a presença de várias entidades: Prefeitura de Santarém, Semma, Ibama, OAB, Ipam, Câmara de vereadores e a Colônia de Pescadores que presta o acompanhamento continuo aos moradores, contou Jucivaldo Pereira “vamos lutar pelo meio ambiente e vamos continuar”.

Texto e fotos: Samela Bonfim/Ascom Sapopema