Em Alenquer, moradores recebem restituição de dados em aniversário da Colônia Z-28

Pescadores conheceram como ocorre a produção pesqueira nos lagos da região através de levantamento feito pela Ufopa com a participação do público local. Dados sobre o Manejo Comunitário do Pirarucu no Baixo Amazonas foram expostos pela SAPOPEMA

Assembléia foi realizada na manhã desta sexta (29), data de aniversario de 84 anos da Colônia Z-28.  O presidente da Colônia Z-28, Luiz Vinhote explicou que: "o primeiro momento foi para divulgação das parcerias, a Sapopema e a Ufopa e que também houve o processo de escolha da comissão eleitoral, para trabalhar o futuro das eleições da direção da Colônia e divulgação das informações sobre a situações carteiras, seguro defeso" - concluiu.

Na assembléia, os alenquerenses tiveram acesso a dados coletados na própria região sobre o monitoramento da pesca no município. Pesquisa é resultante do projeto de mestrado de estudante da Universidade Federal do Oeste do Pará. Já a Sapopema apresentou resultados do Manejo Comunitário do Pirarucu no Baixo Amazonas aos moradores. Confira:

DIAGNÓSTICO DA PESCA ARTESANAL NO MUNICÍPIO DE ALENQUER

A pesquisa realizada por Luiz Augusto Rodrigues Ferreira,  Engenheiro de Pesca com mestrado do Recursos Aquaticos Continentais Amazonicos do Instituto de Ciência e Tecnologia das Águas da UFOPA, com o apoio do Laboratório de Geoinformação Aquáticatem apresentou como principais resultados os seguintes pontos:

O valor que circula no município com a produção de pescado chega a aproximadamente 500 mil/ano;

O quantitativo capturado por ano é de aproximadamente 170 mil kilos de pescado;

As espécies mais capturadas são: surubim, tucunaré, curimatá, aracu, pescada, acara açu; pirara, aruanã e pacú. Essas espécies representam 77% da produção registrada;

Participaram da coleta 31 núcleos de base, dos 45 existentes no município.

Aspectos econômicos da atividade pesqueira por regiões de pesca no município também foram apresentados e pode ser acessados na imagem abaixo:

aspectos.png

Manejo Comunitário do Pirarucu no Baixo Amazonas

No encontro os participantes também tiveram acesso aos dados coletados pelo biólogo da Sapopema, Fábio Sarmento sobre o procedimento que visa assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.

Wandicleia Lopes, consultora da entidade também participou da assembléia para representar a instituição sem fins lucrativos que expôs técnicas da contagem e monitoramento da espécie nos lagos.

Para promover a conservação, com o suporte da entidade os moradores revisaram o acordo de pesca que serve como instrumento de estabelecimento de normas na região. Documento pode ser acessado abaixo:

acordos.png

Capacitações tem sido realizadas com frequência com os moradores de comunidades do município de Alenquer. Nesses encontros, são expostas etapas para Implantar Projeto de Manejo Comunitário  do Pirarucu:

1º Criação do grupo de manejadores

2º Fazer um zoneamento dos ambientes aquáticos da comunidade

3º Estabelecer um acordo de Pesca nos lagos do manejo

4º Fazer Contagem Anual de Pirarucu

5º Organizar a pesca do Pirarucu

6º Organizar a venda e divisão do recurso financeiro

7º Pescar pirarucu de forma coletiva obedecendo uma Cota de pesca sustentável (até 30% dos adultos)

8º Monitorar a pesca do Pirarucu

9º Vigiar os lagos manejados

10º Avaliar atividades do ano e planejar as do ano seguinte

Se obedecidas, os moradores terão acesso aos benefícios do Manejo:

O peixe capturado já se reproduziu pelo menos uma vez na vida.

À medida que o estoque aumenta, aumenta a quantidade permitida para pesca (cota).

Não há risco do pescado ser apreendido, o que dá mais segurança ao comprador, e permite que o pescador consiga vendê-lo por preços melhores.

Aumento no estoque de outras espécies de peixes (tambaqui, Curimatá...)

Aumento nas populações de outros recursos (tracajá, pitiú, tartaruga).